segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sexualidade

SEXUALIDADE

Trabalho de sexologia



Fazer um comentário sobre o texto “Ninguém Mais Namora as Deusas” (Arnaldo Jabor), mínimo de 02 páginas.
O Episódio descrito pelo poeta grego Homero na Odisséia (XII, a84-200), envolvendo Ulisses e as sereias, pode servir de indício para a compreensão do modo tradicional de interpretar o corpo e reflexão do texto “Ninguém Mais Namora as Deusas”.

O herói Ulisses quer voltar para casa, onde sua mulher e filho o esperam, depois de uma longa jornada de aventuras e batalhas. No caminho ele passa pela ilha das sereias, mas já está avisado de que o formoso e doce canto não vem de lindas mulheres, mas sim de monstros ávidos por seduzir (do latim seducere = desviar do caminho) e depois devorar os incautos marinheiros. Antecipando o perigo, ordena que seus homens coloquem cera nos ouvidos. Entretanto, é tomado de curiosidade e pede que o amarrem no mastro do navio, para que possa ouvir a música das sereias, sem ser destruído. Sobrevive incólume ao encontro.



Ah, o corpo, a sexualidade, o amor! A história de Ulisses nos convida a refletir sobre o que diz Jabor em seu texto.

Para a psicanálise a sexualidade vem desde a primeira infância e o corpo é a fonte de prazer. E o amor? Como fica em meio a tantos símbolos sexuais? Para a psicanálise há vários tipos de amores... Como o amor narcísico, o amor de pai, o amor de mãe, o amor de transferência, entre tantos outros... Todos eles ligados ao corpo, a sexualidade?

Nessa época, em que o corpo tem sido valorizado predominantemente pela força e pela beleza, sendo que ele tem muitos outros poderes ainda por serem descobertos e desenvolvidos, ele pode sentir, pode querer, pode imaginar e até pensar.

Jabor nos fala em seu texto da atual revolução da vulgaridade, nos mostra que o mal estar da atualidade transborda nos corpos esculpidos pela ginástica ou que se transforma em outros pelos cirurgiões e se apresentam como símbolos sexuais para o qual os homens não estão preparados. Será que essa revolução da vulgaridade feminina tenha realmente inibido o homem em sua masculinidade ou eles ainda são como Ulisses, o protótipo do homem que tem uma meta fixa nos olhos, no caso retornar à casa, mas poderia ser também a sobrevivência, a fama ou o poder. Para isso ele esta disposto a controlar astuciosamente todas as forças da natureza, mesmo aquelas que estão nele próprio. A civilização humana ocidental se construiu sob a mesma economia: repressão dos instintos e das paixões do corpo, substituindo a busca do prazer imediato, mas passageiro, pelo trabalho árduo que garanta um futuro duradouro.

O corpo é a natureza que o homem mesmo é.

A natureza em nós mesmos revela também um pouco sobre a natureza que há em torno de nós. A filosofia, desde Nietzsche, tenta mostrar as conseqüências igualmente catastróficas de uma desvalorização constante e radical do corpo e de suas pulsões: debilidade da saúde e dos valores culturais, violência simbólica e institucional, enfim empobrecimento da existência humana. “Trata-se de um velho preconceito dos filósofos acreditarem que toda música é música de sereias”, diz Nietzsche em A Gaia Ciência (§ 372).

Talvez o mais assustador de hoje não seja mais a ameaça de catástrofe se nos deixarmos levar pelas paixões, mas sensação crescente e igualmente catastrófica de uma ausência completa de desejos. Não ter vontade de nada, não sentir nada de vontade, exceto ter vontade do próprio nada, e essas são as características principais do niilismo, o grande desafio histórico da nossa civilização. Contra essa vontade de nada, a recusa de assumir as ambigüidades da existência, será preciso inventar menos máquinas de agendamento e gerenciamento de afetos, do que, inversamente, deixar o pensamento, a ciência, a educação, a política e a ética se contaminarem irreversivelmente de desejos e de paixões. Será preciso neutralizar o homem, mas não com a natureza enquanto objeto de conhecimento e dominação técnica, mas com uma nova natureza, ainda inventada, como uma terra fértil para novos valores e novas verdades.

Diz que o homem é seu corpo não significa crer que nosso destino esteja predeterminado pela anatomia ou até mesmo pela herança genética. Em relação ao corpo e às suas múltiplas dimensões, percepção sensível, afetividade, sexualidade, diz Merleau-Ponty: “Ninguém está salvo e ninguém está completamente perdido” (Fenomenologia da percepção, [1945] p. 182). Isso quer dizer que nossa subjetividade é construída em parte pelo corpo, mas o corpo também é construído pelas relações históricas e sociais, não sendo possível nunca determinar com absoluta precisão o que pertence somente à natureza ou somente á cultura.

Para finalizar sabemos que nossas impressões não só em relação a mulheres símbolos sexuais e bofes gays como disse Jabor em seu texto, é apenas um recorte pequeno do que vemos sentimos, e pensamos, e também de um amplo saber que existe no campo da psicanálise e dos conceitos fundamentais.

Aloisa Abelha

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