quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JORNADA DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Oi, gente!
Segue... Jornada de Apresentação de Trabalhos do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicanálise: Teoria, Interfaces e Aplicações da Univale - Universidade Vale do Rio Doce. Governador Valadares, 28 de Março de 2009.

APRESENTAÇÃO

O presente caderno contém os textos elaborados pelos alunos do Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu em “Psicanálise: Teoria, Interfaces e Aplicações” da UNIVALE,
destinados à apresentação nesta Jornada que marca o encerramento de uma trajetória.
Durante dois anos de estudos, nos quais privilegiou-se a discussão da leitura
empreendida por Jacques Lacan dos textos freudianos, foi possível acompanhar como a
teoria e a prática psicanalítica, que surgiram da tentativa de atribuir sentido aos
acontecimentos decorrentes da intromissão do inconsciente no cotidiano das pessoas,
passaram a se orientar também em direção ao que escapa ao sentido e que diz respeito
ao gozo de cada um. É bem possível que as previsões de que a Psicanálise não caberia
neste mundo globalizado, produtor de tecnologias ultra-avançadas que oferecem
maquiagem ao mal-estar inerente ao ser humano e que acenam com pseudo-promessas
de felicidade, talvez pudessem se concretizar caso Lacan não tivesse ressaltado, a partir
dos próprios textos de Freud, esta orientação em direção ao sem-sentido, ao real.
É também este vetor que vem estimulando a interlocução da Psicanálise com
outros campos do saber e favorecendo a entrada do discurso analítico nas mais diversas
instituições a partir do que ficou conhecido como “Psicanálise Aplicada”. Este
significante traduz aquilo que a presença de um analista, ou seja, alguém que buscou
levar até as últimas conseqüências a sua experiência numa análise e tornou-se, assim, o
seu produto, pode contribuir para o consentimento da existência da subjetividade
humana em situações e espaços nos quais, anteriormente, o sujeito era foracluído.
Assim, a rigor, só se pode falar em “Psicanálise Aplicada” quando primeiro tiver havido
uma “Psicanálise Pura”, aquela que ao seu final tenha produzido um analista, doravante
responsável pela sustentação e transmissão do discurso analítico no mundo.
Por este motivo, o Curso que ora se conclui jamais pretendeu oferecer formação
psicanalítica, tarefa impensável no universo acadêmico, mas destinou-se a aproximar
analisantes, e outras pessoas também interessadas em Psicanálise, do seu continente
teórico, de suas interfaces e aplicações às diversas práticas e campos do saber. Assumir
para si o risco de se sustentar na posição nada cômoda inaugurada por Freud é tarefa
que cabe a cada um, decidida, responsável e autonomamente, num percurso solitário
cujas balizas puderam ser, pelo menos, demarcadas durante esta oportunidade.
Robson Campos
Professor e Consultor do Curso

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